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sábado, dezembro 31, 2005

Fim de ano

Há algo de estranho neste dia. A maneira calorosa como nos agarram o braço e nos desejam um bom fim de ano. Como se tivessem medo que não chegássemos a 2006.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Sem metáforas

My mistress' eyes are nothing like the sun;
Coral is far more red than her lips' red:
If snow be white, why then her breasts are dun;
If hairs be wires, black wires grow on her head.
I have seen roses damask'd, red and white,
But no such roses see I in her cheeks;
And in some perfumes is there more delight
Than in the breath that from my mistress reeks.
I love to hear her speak, yet well I know
That music hath a far more pleasing sound.
I grant I never saw a goddess go:
My mistress, when she walks, treads on the ground.
And yet, by heaven, I think my love as rare
As any she belied with false compare.

Shakespeare, Soneto CXXX

terça-feira, dezembro 27, 2005

Caramelle (2)

No centro da mesa, guardanapos de papel grosso sobre ameixas e abóboras cristalizadas. Alguns papos-de-anjo no frigorífico, ao lado de queijos, um pudim e pouco mais de três colheradas de aletria. Um caco verde esquecido debaixo de um móvel (o único que se salvara após o aspirador ter limpo os destroços de um acidente – um tropeção, uma criança, alguns berros). Dois sacos junto à entrada repletos de papel de embrulho e de fita cola. Um homem na rua, orgulhoso dos seus sapatos, aproveitando qualquer instante para os observar. Uma manta azul guardada nos fundos de um armário após breve reflexão (o lixo teria sido a outra hipótese). Um polícia caminhando devagar, ainda entorpecido pela jornada de vinhos e de champagne. A mulher da caixa recolhendo com desânimo o mealheiro de boas festas. Um dos enfeites da praça já tremeluzente, com mais de cinco lâmpadas fundidas. A despedida de um grupo de pessoas à porta de casa (metade tem malas, metade diz adeus). Foi certamente Natal um dia destes.

sábado, dezembro 24, 2005

A Tesoura deseja a todos os seus amigos e estimados visitantes um excelente natal e um 2006 em GRANDE.

A rua do ano



Não sou muito dado aos "melhores do ano", porque me esqueço de muita coisa e nem sempre o que lembro é de facto o "melhor" (prefiro ler jornais e confirmar ou rejeitar algumas escolhas). Uma coisa, porém, é certa sobre este ano de 2005: a rua mais bela por onde passei foi esta: a Mariacka (ulica Mariacka), em Gdansk, na Polónia. Espantosa via de comércio e pequenos cafés, onde apetece permanecer, a emborcar Zywiecs, até que o mundo se acabe. Nesta Mariacka, cujos estabelecimenos ostentam imagens de personalidades famosas que por lá passaram, cruzei-me também com uma celebridade: o Sr. Jack White, dos White Stripes, que iria actuar mais tarde no Festival Open'er, numa cidade próxima, Gdynia. Assisti ao concerto, que foi excelente, e dei um grande bacalhau ao Jack (não consegui a foto porque a acompanhante, uma ruiva esbelta e antipática, accionou o alarme anti-fãs e puxou o homem. Não fora isso, e é evidente que o Jack passava o resto da tarde connosco). Mesmo assim, valeu a pena estar na Mariacka. E se algum de vós passar por Gdansk (os alemães insistem em chamar-lhe Danzig), não hesite em acampar ali umas horas.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

King Kong

Deu-me vontade de ver o King Kong quando fui aturdido por um gigantesco painel na Gran Vía, em Madrid, onde o macacão surgia de sobrolho ensanguentado e expressão feroz, encaixando na mão a pequena Naomi Watts. Era um anúncio brutal, que ocupava sete andares de um prédio, e que, sem dúvida, me vendeu o bicho. Fiquei à espera de novos embates visuais, de ser sacudido pela revisão de Peter Jackson. Mas achei fiasco. Demasiado tempo de filme e um exercício frívolo de bicharada (tanta lesma e lacrau gigantes, bolas). Gostei da cena em que os brontossáurios se acotovelam a fugir dos predadores e arrasam com o desfiladeiro. Gostei de algumas poses do macaco e do aspecto da ilha. Mas, de resto, foi um bocejo. E ainda houve aquele momento ridículo, em que é citado, completamente a despropósito, o Heart of Darkness. Não há qualquer vestígio de Conrad no filme de Jackson. Há apenas dinheiro e criatividade de agência.

terça-feira, dezembro 20, 2005

? Unknown Country

Será através dos blogs que eles se manifestam?

segunda-feira, dezembro 19, 2005

A 'entalada'

(...) Agora o Natal é uma temporada homérica: abre com o regresso das praias e fecha com os jantares da semana entalada. A entalada é o período que vai de 26 a 30 de Dezembro. Assim que chegam das Caraíbas ou do Algarve, as pessoas começam a fazer listas: quem almoça ou janta com quem, antes ou depois de 25; quem pode ir a Nova Iorque ou a Megève; quem «não pode» ser convidado para a consoada (divórcios recentes); quem tem ou não tem direito a presente; a quem mandar e-mail, cartão ou SMS; a quem telefonar; etc. Regra geral, o dia 25 é um dia branco, como se diz dos casamentos «brancos». Um não-dia. A energia foi toda canalizada para o antes, com apoteose, levemente ressacada, na noite de 24 (...)

Para ler inteiro no Da Literatura.

ps. Agora imagine entalar ainda mais a entalada com o nosso aniversário.

sexta-feira, dezembro 16, 2005

E por falar em Jarmusch



Este continua imbatível. Verdadeiro opus da desolação
e o mais oblíquo e nostálgico dos westerns.

Bill Murray

À segunda ainda passa e o filme compensa, mas mais um papel assim e vou chamar-lhe "boneco de papelão".

Ok, ok, o Brando foi quase sempre mafioso e desagradável.

ß

ß estava um pouco farto do seu nome. Todos eram conhecidos por letras pronunciáveis: éme, jota, pê ou éne. Apenas ß não sabia dizer o seu próprio nome nem tão pouco confiava na entoação dos outros. Queixou-se ao autor, explicou-lhe a dificuldade de ser chamado e propôs-lhe a substituição de ß por qualquer outra letra, até os famosos K, Y, W. O autor ouviu-o, simulou compreensão, mas logo escreveu três posts em que ß fazia isto e aquilo e pensava naqueloutro. Perante isto resolveu insurgir-se e, num momento de particular enjoo, ao soletrar a maldita letra, agarrou nos tarecos e fugiu. Actualmente está num blog de língua alemã e deixou de ter problemas.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Poeta

A palavra "poeta" (tal como "artista") poderá servir dois tipos de intenção. Dizemos fulano é um "poeta" quando lhe queremos elogiar certas características e o associamos ao ofício poético. E dizemos sicrano é um "poeta" quando nos interessa menorizá-lo e chamar-lhe "incapaz". No caso de Manuel Alegre, que raramente surge na imprensa como "candidato" ou "deputado", tem sido evidente, em muitas notícias, o que se quer dizer quando se diz "poeta".

terça-feira, dezembro 13, 2005

Bajón

Voltar a ler blogs e ouvir falar de presidenciais.

quarta-feira, dezembro 07, 2005


Ava Gardner, senhora que também apreciava os paradoxos

Paradoxo

Vou descansar uns dias para a Chueca, Malasagna e Lavapiés.

Camaleão

Habituámo-nos a ver, nos países civilizados, as hordas de peões à espera do sinal verde. É aflitivo: não há qualquer sinal de veículos no raio de um quilómetro, mas ninguém se atreve. Em Portugal é o contrário. Ainda hoje vi as mais diversas tangentes e acrobacias, com os peões a arriscarem e os condutores no improviso. Fossem novos, velhos, mulheres ou deficientes, todos se exasperavam com o sinal vermelho e avançavam. Depois, também reparei noutra coisa. A maioria dos semáforos não funcionavam. Verde para os carros e para os peões. Vermelho eterno para ambos. Amarelos a piscar sem se saber para quem. Os Portugueses não são indisciplinados, ou pelo menos não são mais indisciplinados que os de Nápoles, por exemplo. Os portugueses apenas se adaptam à realidade que têm.

Fodias-te

Como agnóstico sou insuspeito, mas pergunto-me: para haver coerência no laicismo do estado não deveriam ser abolidos os feriados religiosos? Não deveria a função pública trabalhar no dia da Imaculada Conceição, no dia de Todos os Santos, no Natal e na Páscoa?

terça-feira, dezembro 06, 2005

Cavaco/Alegre

(...) Talvez Cavaco e Alegre se safassem na Estónia ou na Roménia. A ocidente de Praga, não me cheira. Era uma ideia: oferecer o par à Roménia. Desconfio, sem desprimor para os romenos, que ela aceitava (...)

(...) Desisti de contar as vezes que disseram "estratégia", "visão", "valores", "consenso", "pacto", "confiança". Um estadista tem de dizer estas coisas. Cavaco e Alegre não falharam um lugar-comum. Deviam tirar um livro daquela conversa: "Frases para candidatos sem nada na cabeça". Reparem. O dr. Cavaco oferece "cooperação estratégica" (soa bem, "estratégica") em matérias "consensuais" (o "consenso" ajuda sempre), onde exactamente a "cooperação" é implícita ou desnecessária. Alegre jura que alberga um "pensamento estratégico" (ele pensa!) e uma "visão" (ele vê!) "humanística". Para não ficar atrás, Cavaco "atribui um grande valor ("valor", vão notando) à dignidade da pessoa humana". E nós que pensávamos que ele não atribuía... enfim, desgostos. (...)

(...) Arrumada a poesia, Cavaco e Alegre pedem "formação", "qualificação" e até "requalificação". E justiça, claro, faltava a justiça. Tanta originalidade dói. Cavaco até chegou a explicar: para ele, o desenvolvimento é "desenvolvimento económico, social, cultural e ambiental". Extraordinário. Um cidadão acaba convencido e esmagado. (...)

Vasco Pulido Valente, no Público