Aqueles dias
Pouco antes de partir pensamos no conteúdo da mala: o número certo de peúgas, o frasco de after shave. Incomoda-nos toda a azáfama. Retirar coisas, pôr coisas. Sair daqui, da morrinha, sabe-se lá para onde. Qualquer coisa que implique uma mala é uma violência. Vamos cansados, temerosos, a esgravatar dúvidas. Preferimos abrir os olhos quando chegamos. Largar as malas, encontrar rotinas. Um pequeno conforto, um ar conhecido. Em princípio é sempre a mesma respiração. Depois dura uns dias. Aqueles dias. Os pulmões viciam-se.
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