A unificação medonha
Introduziu-se um gárgula no aparelho de CD’s. Escutava um álbum antigo de Brian Eno e David Byrne, e surgiu aquela voz abafada e medonha. Experimentei uma cantora, Beth Orton, e na mesma o gárgula apropriara-se da sua voz. Fui à selvageria do Iggy Pop, um indómito, mas também ele sucumbira ao diabrete. Por fim, coloquei o mais recente frémito da colecção, Richard Swift, na esperança de que a sua virgindade no aparelho criasse pudores ao bichinho. Nada, a mesma voz cava e repetitiva. Tenho um gárgula no aparelho. E de repente é como se não houvesse mais vozes no mundo: todas diluídas naquele tom abafado e medonho.
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