As primeiras testemunhas
Estas imagens têm apenas cinco anos. Mas parecem agora existir desde sempre, como mais um clássico da experiência humana. Como o cogumelo de Hiroxima ou o vapor dos fornos no céu de Auschwitz.
No Público, perguntava-se se daqui a "200 anos ainda vamos pensar que o 11 de Setembro mudou o mundo”. E entre as várias ideias, dos vários historiadores, aproximo-me especialmente da de Rui Ramos, quando diz: “as grandes narrativas da história têm a ver com a importância das coisas no presente. E a importância das coisas tem a ver com os países que na altura são dominantes. Não podemos situar o 11 de Setembro num mundo chinês ou indiano”.
Atenho-me às imagens. Que parecem agora existir desde sempre. O que se torna improvável, em qualquer momento da história - em qualquer momento da história em que se vejam essas imagens (porque poderão não ser vistas, ou ser deturpadas, ou vir acompanhadas de qualquer legenda) –, o que se torna improvável é subtraí-las à sua grandeza. Algo de muito grande e espectacular, algo de indelével, mesmo aos olhos furtivos de um chinês em 2206.
Sabemos, agora, que as imagens existem desde sempre. Que a nossa vida é já inseparável da sua presença. E que somos apenas as primeiras testemunhas.
3 Comments:
Meu amigo. bom post.
quanto a imperceptivel na china ou india, faz favor leitores lerem "the world is flat" de Thomas Friedman.
comeca por explicar como a quedo do muro de berlim mudou a india... so lendo. recomendo.
um abraco de NYC, onde no dia 11 dormi como uma bela osga, all day. quem diz dormir diz mais ou menos...
o anterior era eu.
bernardo rodrigues.
és um "efeito osga": dormes em NY e estremece a China ;) have fun, dude.
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