Negro
As revistas cor-de-rosa andam negras. Chamavam-se "cor-de-rosa" porque eram patetas, mas também porque floriam as histórias que publicavam. Um encornanço era sempre doce, porque a amante era bonita e posava nua. Um divórcio era diáfano, porque a seguir iam todos para Malibu. E mesmo o velório era sarapintado, porque o defunto frequentava as festas da Babá e da Sémi. Lembro-me que até as cenas de porrada eram lustrosas e os contendentes eram manequins ou cantautores.
Agora tudo mudou.
Vai-se ao quiosque e vê-se mulheres com quarenta, outrora belas e cor-de-rosa, a carpirem mágoas e desolações. Vêem-se olheiras, pés-de-galinha, semblantes carregados e torcidos. Há histórias de dívidas, filhos perdidos, dependências várias. Aquilo que era festa tornou-se mórbido. E elas são credíveis.
Agora tudo mudou.
Vai-se ao quiosque e vê-se mulheres com quarenta, outrora belas e cor-de-rosa, a carpirem mágoas e desolações. Vêem-se olheiras, pés-de-galinha, semblantes carregados e torcidos. Há histórias de dívidas, filhos perdidos, dependências várias. Aquilo que era festa tornou-se mórbido. E elas são credíveis.
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