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terça-feira, fevereiro 28, 2006

Com a diva no sapato

Cineastas vs Magnatas, do catalão Carlos Benpar, é um excelente documentário que nos faz reflectir sobre aquilo que vemos quando vemos cinema. (Esperemos pela distribuição comercial; eu tive a sorte de vê-lo no Fantasporto, onde compete na Semana dos Realizadores). Não me vou esticar muito na descrição: o filme apresenta as múltiplas formas de distorção de um filme: dobragens, alteração de formatos, coloração de películas antigas, e as machadadas da televisão (fiquei a saber que não posso confiar em nada; que muitos dos filmes que vi foram amputados por razões comerciais, que longos trechos foram suprimidos para caber mais publicidade, e que muitos planos, através do sistema panning/scanning, foram manipulados ao sabor dos dados: "Entra o Lawrence Olivier em primeiro plano ou o fósforo para onde ele está olhar?" - "Olha, sei lá. Atira a moedinha."). A militância é o outro lado do filme: exigem-se direitos absolutos para o autor da obra, o único que poderá interferir na sua versão final (e até isso é negado, por Fellini, que considera o filme um corpo humano).

Mas não queria falar sobre isto. O que me chamou a atenção foi a parte em que se falava do cinema mudo (das deturpações que já então se faziam). Com a descoberta do som, informa-nos o filme, cerca de 75% do velho espólio foi destruído. Milhares e milhares de bobinas foram queimadas, esquartejadas e recicladas. E foram recicladas em quê? Em coisas como baton e graxa de sapatos. Temos então que o celulóide passou a habitar os lábios e o pezinho do cidadão. Ou como nos diz o documentário: a mais bela das divas transferiu-se para o chão e aquele beijo imenso colou-se à boca de mil mulheres.