Três manguitos
Cláusula: Arnaldo Saraiva, presidente da Fundação Eugénio de Andrade, recusou o subsídio de 15 mil euros proposto pela Câmara do Porto, explicando que “só assinaríamos se Rui Rio nos libertasse da cláusula que nos impede de criticar o município”. Fez muito bem Arnaldo Saraiva. Para cláusulas absurdas (e o bom comportamento a troco de um prato de lentilhas) só mesmo um belo manguito.
FITEI: O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, que cumpre este ano o seu 30º aniversário, ameaça sair do Porto e realizar-se em cidades limítrofes. Razões: a incerteza quanto aos apoios municipais [mais uma vez a cláusula] e a dúvida quanto à futura gestão do Rivoli (que tem sido o centro do Festival). O “vereador da cultura”, um tal de não sei quantas, não sabe o que dizer sobre o assunto. Seria uma lástima se o FITEI saísse do Porto. A pouco e pouco as coisas vão saindo, desaparecendo, como se tudo caísse à passagem do autarca. Eu compreendo a aflição dos responsáveis pelo Festival, mas é necessário encontrar soluções, puxar pela cabeça: existe vida para lá do Rui Rio; não se pode deixar que um mandato político defina desta forma a vida cultural do Porto.
‘Rivolição’: Não é certamente com folclores e histerismos que se sensibiliza o número suficiente de cidadãos para a causa do Rivoli. Enquanto permanecer no gueto, será uma questão do gueto. E não deixará o gueto sem uma verdadeira estratégia de comunicação com objectivos claros. A 'Rivolição' teve sem dúvida o mérito de lançar o debate (e de criar um "happening"), mas coloco-me muito mais próximo da argumentação de Bernardo Pinto de Almeida, no texto publicado hoje no Público, que com sobriedade soube dizer o essencial: “Já que se um equipamento tem uma gestão ineficaz, a questão que há para resolver é a de torná-la eficaz. O que, não sendo feito, traduz ineficácia política.” Há que sublinhar com clareza a incompetência da Câmara. Não é com verborreia épica que serão ouvidos.
FITEI: O Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica, que cumpre este ano o seu 30º aniversário, ameaça sair do Porto e realizar-se em cidades limítrofes. Razões: a incerteza quanto aos apoios municipais [mais uma vez a cláusula] e a dúvida quanto à futura gestão do Rivoli (que tem sido o centro do Festival). O “vereador da cultura”, um tal de não sei quantas, não sabe o que dizer sobre o assunto. Seria uma lástima se o FITEI saísse do Porto. A pouco e pouco as coisas vão saindo, desaparecendo, como se tudo caísse à passagem do autarca. Eu compreendo a aflição dos responsáveis pelo Festival, mas é necessário encontrar soluções, puxar pela cabeça: existe vida para lá do Rui Rio; não se pode deixar que um mandato político defina desta forma a vida cultural do Porto.
‘Rivolição’: Não é certamente com folclores e histerismos que se sensibiliza o número suficiente de cidadãos para a causa do Rivoli. Enquanto permanecer no gueto, será uma questão do gueto. E não deixará o gueto sem uma verdadeira estratégia de comunicação com objectivos claros. A 'Rivolição' teve sem dúvida o mérito de lançar o debate (e de criar um "happening"), mas coloco-me muito mais próximo da argumentação de Bernardo Pinto de Almeida, no texto publicado hoje no Público, que com sobriedade soube dizer o essencial: “Já que se um equipamento tem uma gestão ineficaz, a questão que há para resolver é a de torná-la eficaz. O que, não sendo feito, traduz ineficácia política.” Há que sublinhar com clareza a incompetência da Câmara. Não é com verborreia épica que serão ouvidos.
1 Comments:
Se Rui Rio começou com a política do futebol "queimado", mostrou contudo mais denodo com a política de cultura "queimada". Preparem-se, a seguir sobra apenas espaço para a política da terra queimada...
RPB
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