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quinta-feira, janeiro 11, 2007

Don´t mention the war



O Courrier Internacional destaca no seu primeiro número de 2007 a questão das novas ameaças à Liberdade de Expressão, reunindo uma série de textos de historiadores e intelectuais. Além de inúmeras pistas sobre os novos focos de censura (e outros que se mantêm ou se agravaram), apresenta-se a cronologia de eventos marcantes, como o assassinato de Theo Van Gogh, o episódio dos Cartoons, ou o discurso do Papa em Ratisbona. Referem-se também os recentes casos de autocensura em Espanha, onde se suprimiram, ou modificaram, elementos de festas populares que envolviam referências ao Islão; e a "contenção natalícia", nos EUA e na Inglaterra, por forma a evitar colidir com a sensibilidade dos não-cristãos. Da leitura dos textos ressalta a ideia de que o islamismo, assumindo-se como a mais estridente ameaça à liberdade de expressão, está longe de ser o único elemento de censura e intimidação às sociedades democráticas. Grupos de pressão e organizações comunitárias, ou a ideologia do politicamente correcto, são também factores de castração à liberdade de pensamento, ao humor, à criação artística ou ao simples comportamento dos cidadãos. É uma teia complexa que se expande à medida da globalização, e donde não há saídas fáceis nem soluções milagrosas. Podemos, no entanto, apegar-nos a essa ideia de Daniel Innerarity de que "somos seres humanos quando temos tanto amor à liberdade que estamos dispostos a pagar o preço de ter de viver com a insolência e o mau gosto". E com ela enfrentar o grande debate dos próximos anos.

Alguns highlights da edição do Courrier:

"A ordem das frases é essencial. Desde o caso Rushdie [1989], vimos com frequência esta sintaxe equívoca: «Evidentemente que defendo a sua liberdade de expressão, mas...». O princípio voltairiano [Discordo do que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito a dizê-lo] coloca os termos no sentido correcto: primeiro a desaprovação, depois a solidariedade incondicional."

Timothy Garton Ash (publicado originalmente no The Guardian)

"O medo de falar: eis com o que somos confrontados. Há que recordar que os tabus não são todos imputáveis aos fundamentalistas muçulmanos (que não brincam no que toca à susceptibilidade) e começaram, sim, com a ideologia do politicamente correcto. Uma ideologia inspirada por um sentimento de respeito para com todos, mas que hoje impede, pelo menos nos EUA, de contar piadas."

Umberto Eco (publicado originalmente no L'Espresso)

"Apesar de todo o bem que possam ter feito, no passado, os grupos de pressão comunitários, a importância crescente dos dirigentes e personalidades não-eleitas que se arrogam o direito de decidir como os outros devem falar da sua comunidade étnica e religiosa têm um efeito pernicioso (...) Claro que as nossas sociedades democráticas precisam de ensinar a maioria a respeitar os direitos das minorias, mas hoje os emigrantes e os seus descendentes têm de compreender que a ofensa é o preço a pagar pela liberdade de expressão e pensamento."

Ian Buruma (publicado originalmente na The New Republic)

"O nosso mundo é constituído por grupos que se comportam como «concessionários de auto-estima». A susceptibilidade constitui o princípio identificador: «os nossos» são os que se agrupam em torno da mesma ofensa e que se mantêm unidos por uma irritação comum. Diz-me quem te incomoda, dir-te-ei quem és."

Daniel Innerarity (publicado originalmente no El País)

"Fazer o possível para evitar incomodar certas categorias da população é paternalista. Dá a entender que não estão à altura de se defenderem verbalmente. Penso que isso é dar carta branca aos renegados! Onde estariam os direitos das mulheres e dos homossexuais se as pessoas nunca tivessem transgredido os padrões?"

Eddy Terstall, dramaturgo holandês

"Não ousaria filmar A vida de Brian, dos Monty Python, sobre os muçulmanos."

Hans Teeuwen, cineasta holandês