<body><!-- --><div id="b-navbar"><a href="http://www.blogger.com/" id="b-logo" title="Go to Blogger.com"><img src="http://www.blogger.com/img/navbar/1/logobar.gif" alt="Blogger" width="80" height="24" /></a><form id="b-search" action="http://www.google.com/search"><div id="b-more"><a href="http://www.blogger.com/" id="b-getorpost"><img src="http://www.blogger.com/img/navbar/1/btn_getblog.gif" alt="Get your own blog" width="112" height="15" /></a><a href="http://www.blogger.com/redirect/next_blog.pyra?navBar=true" id="b-next"><img src="http://www.blogger.com/img/navbar/1/btn_nextblog.gif" alt="Next blog" width="72" height="15" /></a></div><div id="b-this"><input type="text" id="b-query" name="q" /><input type="hidden" name="ie" value="UTF-8" /><input type="hidden" name="sitesearch" value="hamrashnews.blogspot.com" /><input type="image" src="http://www.blogger.com/img/navbar/1/btn_search.gif" alt="Search" value="Search" id="b-searchbtn" title="Search this blog with Google" /><a href="javascript:BlogThis();" id="b-blogthis">BlogThis!</a></div></form></div><script type="text/javascript"><!-- function BlogThis() {Q='';x=document;y=window;if(x.selection) {Q=x.selection.createRange().text;} else if (y.getSelection) { Q=y.getSelection();} else if (x.getSelection) { Q=x.getSelection();}popw = y.open('http://www.blogger.com/blog_this.pyra?t=' + escape(Q) + '&u=' + escape(location.href) + '&n=' + escape(document.title),'bloggerForm','scrollbars=no,width=475,height=300,top=175,left=75,status=yes,resizable=yes');void(0);} --></script><div id="space-for-ie"></div>

segunda-feira, maio 30, 2005

Água e pó



Voz. Qualquer pessoa minimamente informada sabe que Antony And The Johnsons vive essencialmente da Voz. Os arranjos são simpáticos, o visual do músico "deslumbrante", mas o que interessa mesmo é a Voz. E quem esteve no concerto da Casa da Música, ontem à noite, provou apenas disso - da Voz. (Apetece fazer um post a repetir a palavra Voz, terminar as frases em Voz, sempre em caixa alta - a Voz, a Voz, a Voz).

É uma Voz de homens e mulheres, que entrelaça os géneros, confunde os sexos. E tem a densidade da água e do pó. Esfuma-se, escorre, vai pelo auditório como girinos no lago. É imaterial como nenhuma outra Voz. E talvez nem sequer se inscreva nos corpos que a ouvem. É demasiado fluída, escapa-se por entre os tímpanos. É impossível memorizá-la, reproduzi-la num lalala consciente. Foi uma Voz que se ouviu. Que serpenteou durante duas horas e nos deu visões de uma beleza esquiva, aleatória, inalcançável. Foi uma Voz que se ouviu. E terminado o concerto sobraram gotas e algumas cinzas. Que ninguém limpou.

Como este é um fenómeno consensual, e de facto o personagem é um meteorito, achei interessante esta análise, que se refere a um alinhamente muito próximo do que foi apresentado no Porto e levanta reticências à "produção de génios" na imprensa musical.