Contorcionismo
Aprecio bastante esta série de litografias que Robert Longo produziu no início dos anos 80, nos EUA, em plena euforia yuppie e da reaganomics. As figuras, que poderíamos hoje situar entre um anúncio da Calvin Klein e o Fight Club, parecem alvejadas ou entregues a uma dança desvairada e obssesiva. Relacionam-se com dados emergentes na sociedade: a ebulição dos mercados, a competição, a ferocidade económica e os novos instintos que se geram entre homens e mulheres: reorientados agora para a sobrevivência na selva das aquisições e das mergings. São instintos verdadeiramente novos, e que ainda hoje se manifestam, em espasmos e contorções, ao olharmos o funcionamento progressivamente abstracto e longínquo do sistema económico que nos rege.
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