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segunda-feira, março 13, 2006

Diplomacia

(...) Se dois homens, duas espécies contrárias, sem história comum, sem linguagem familiar, se encontram por fatalidade face a face - não no meio da multidão nem em plena luz do dia, porque a multidão e a luz dissimulam os rostos e a naturezas, mas antes num chão neutro e deserto, plano, silencioso, onde nos vemos de longe, onde nos ouvimos caminhar, um local que proíbe a indiferença, ou o desvio, ou a fuga - quando param um em frente ao outro, não há entre eles senão hostilidade, que não é um sentimento, mas um acto, um acto de inimigos, um acto de guerra sem motivo. Os verdadeiros inimigos são-no por natureza, e reconhecem-se como os animais se reconhecem pelo cheiro (...)

(...) O primeiro acto de hostilidade, imediatamente antes da pancada, é a diplomacia, que é o comércio do tempo. Ela desempenha o amor na ausência do amor, o desejo pela repulsa. Mas é como uma floresta em chamas atravessada por um rio: a água e o fogo lambem-se, mas a água está condenada a afogar o fogo, e o fogo forçado a volatilizar a água. A troca de palavras serve apenas para ganhar tempo antes da troca de pancadas, porque ninguém gosta de receber pancadas e toda a gente gosta de ganhar tempo.

Segundo a razão, há espécies que não deveriam nunca, na solidão, encontrar-se face a face. Mas o nosso território é demasiado pequeno, os homens demasiado numerosos, as incompatibilidades demasiado frequentes, as horas e os locais obscuros e desertos demasiado incontáveis para que haja ainda lugar para a razão (...)

Bernard-Marie Koltès

Pequeno aperitivo de Na Solidão dos Campos de Algodão, deste autor francês falecido em 1989 com HIV. O palco é a garagem subterrânea do Castelo do Queijo, no Porto. A companhia é o Teatro Plástico. O encenador é Francisco Alves. O espectador deverá ter carro e auto-rádio. A experiência fica.

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