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domingo, junho 10, 2007

O Corte

O que é o “corte”? Pouco interessa saber o que é o “corte”. Algo que nos liberta da consciência, do prazer, da responsabilidade. Que nos permite fechar os olhos. Procurado por uns, combatido por outros, o “corte” é sobretudo o símbolo de um futuro distópico onde se desenvolve a peça de Mark Ravenhill, que tem hoje última apresentação no Porto, Estúdio Zero, pela companhia ASSéDIO.

Afastado da euforia das peças que o celebrizaram (Shopping and Fucking ou Handbag), e que, juntamente com as de Sarah Kane (sobretudo Blasted) levaram à definição de um novo género teatral na Inglaterra dos anos 1990 – o in-yer-face theatre (expressão cunhada pelo crítico Aleks Sierz); afastado dessa orgia de corpos e desvios, Ravenhill aparece com texto mais ambíguo e depurado.

Concentro-me num único ponto, que me parece o mais inquietante e revelador da proposta do inglês. Existe um pai e um filho. Paul (interpretado por João Cardoso, que também encena) é o alto funcionário do Estado encarregue de aplicar o “corte”. Stephen é o filho revolucionário empenhado em derrubar a velha ordem em nome de um mundo melhor.

No único momento em que se encontram os papéis estão já invertidos. A sociedade do “corte” deixou de existir e o verdugo está preso. Anuncia-se o novo mundo na figura do filho, que contempla o pai encarcerado com complacência. (A cena parece-me mal gerida pela ASSéDIO, e as possibilidades deste encontro caem por isso na mera sugestão do que diz o texto). Há este momento (cito de memória):

Paul – E o que é feito da nossa casa?
Stephen – Foi transformada em prisão. Já não havia espaço nas outras.
Paul – E é isso então o teu “mundo melhor”: um mundo com mais prisões.

Ou como Ravenhill, n’O Corte, questiona as boas intenções revolucionárias, o desejo por um mundo melhor e a chegada ao poder desse desejo – que rapidamente desbarata os “inimigos da revolução” e tudo aquilo que não obedeça ao “sonho”, calando todas as inconformidades com a utopia. E criando um novo "corte".

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