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terça-feira, fevereiro 06, 2007

O jogo do sério











Entre os anos 1964 e 1966 foram realizados cerca de 500 "screen tests" por Andy Warhol e os seus colaboradores da Factory. O procedimento era simples, e à excepção de alguns casos, que serviriam outros projectos, tratava-se de convidar individualidades - o pressuposto, para Warhol, era possuírem star quality - a sentarem-se durante alguns minutos diante de uma câmera fixa sem se mexerem. Pela lente imóvel desfilou o quem é quem da Nova Iorque artística dos anos 1960 (nas imagens, seguindo os ponteiros do relógio, está Edie Sedgwick, Dennis Hopper, Baby Jane Holzer e Lou Reed), mas também vedetas internacionais como Salvador Dali ou Giangiacomo Feltrinelli.

Filmada a preto e branco, em 16 mm, à velocidade de 24 frames por segundo, e sem qualquer edição, até ao final do rolo, a sessão era depois convertida numa velocidade mais lenta, de 16 frames por segundo, o que dava um total de cerca de quatro minutos para cada rosto (a duração de uma música pop). Jogando com os screen tests de Hollywood, em que se filmam os candidatos a um determinado papel para avaliar a sua presença, o projecto de Warhol transformava os testes no próprio evento, uma espécie de aquecimento para coisa nenhuma; havendo também quem sugerisse tratar-se de um comentário oblíquo à “era dos testes” nos EUA (sobretudo os testes de defesa nuclear, bastante comuns nas escolas americanas da guerra fria).

Outros apontam sobretudo a intenção de prolongar os seus retratos no celulóide, utilizando, ao invés de telas, o ecrã e o projector. Alguns destes "quadros" foram usados como fundo no The Exploding Plastic Inevitable, espectáculo multimédia encabeçado pelos Velvet Underground. Manipulando a luz e a sombra, Warhol procurava extrair aspectos particulares dos modelos, ora acentuando um carácter mais etéreo, com a sobreexposição de luz, ora configurando uma atmosfera mais negra, carregando nas sombras. “Não aguentávamos estar em pose durante tanto tempo e a nossa personalidade irrompia”, testemunhou uma das retratadas.

Tive oportunidade de ver alguns destes filmes (no YouTube há uns tantos) e retenho sobretudo a ideia de rostos à procura do Eu. Muitas vezes em close-up, constata-se que os primeiros segundos são comuns aos vários modelos, todos eles voluntariosos e algo intrigados. À medida que o tempo passa, porém, “irrompem as personalidades”, e vemos como por exemplo as faces mais simétricas aguentam impassíveis quase sem pestanejar, como se pudessem permanecer eternamente serenas debaixo de observação, enquanto os rostos mais imperfeitos rapidamente se desmancham num sorriso ou desviam o olhar, exibindo trejeitos de embaraço. Mais para o fim, surge novamente algo em comum, um certo enfado, mas também um descontrolo em todos os modelos, que exibem agora vestígios de uma identidade cada vez mais nua e onde repicam os traços da grande paleta humana.

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