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quinta-feira, junho 30, 2005

Corpo livre

A razão por que em política são permitidas todas as patifarias, e o critério é astuto-idiota, e não bom-mau, parece ser esta: o corpo político não morre e, portanto, não responde perante nenhum deus. A única e exclusiva razão da moralidade individual é que, um dia, morreremos, e não se sabe o que vem a seguir.

Cesare Pavese, O Ofício de Viver

terça-feira, junho 28, 2005

Rudolph Rio

Rui Rio decidiu fazer o número do autarca destemido, comparecendo no "ground zero" de Santa Catarina poucos minutos após a explosão de um prédio. Mandam as regras do bom senso que, na falta de uma explicação definitiva sobre as causas do acidente, os responsáveis políticos declarem isso mesmo: que não há explicações definitivas sobre a causa do acidente. O que não podem é alarmar as pessoas dizendo que, possivelmente, se trata de uma "bomba". O nosso Giuliani bem gostava de surgir como zelador dos povos, o homem da primeira linha, ainda por cima em vésperas de eleições. Mas tem azar: se vier a provar-se que a explosão teve origem numa banal fuga de gás, como parece o caso, terá de prestar contas pela irresponsabilidade das suas declarações.

sábado, junho 25, 2005

São João

Viu a oportunidade de brilhar quando falaram de política. Agigantou-se, expôs, contradisse, fundamentou. No final, perguntaram-lhe se queria mais sardinhas.

quinta-feira, junho 23, 2005

Normalmente é um chato II

Grandes cronistas fizeram carreira assumindo como única motivação o ser "do contra". Não interessava o assunto para nada. Era só uma questão de cálculo.

Normalmente é um chato

Quando todos concordam numa coisa, aquele pequenote que discorda ou é um chato ou é um génio.

segunda-feira, junho 20, 2005

Diversidade

Haverá certamente ciência capaz de avaliar a rotina de um casal e aferir da sua viabilidade apenas pela constatação que ele dorme do lado esquerdo e ela do direito.

domingo, junho 19, 2005

Colapso

Toda a gente conhece os malucos e aceita-os. Há aquele que berra e dá voltas sobre si mesmo. Há aquele que geme, no café, e por vezes fala sozinho. Há o que insulta as pessoas, com vitupérios incompreensíveis. Há o que pede moedas com os dedos pretos. Há o que se senta para conversar. Toda a gente os conhece e aceita-os. Não são ameaça, são 'os malucos'.

Ameaça é o tipo normal. Aquele que passa indistinto entre os outros. Que não tem cara, apenas um vulto, e é exactamente como nós. Mexe-se como nós. Diz as frases que nós dizemos. E a sua postura é tão comum que não interfere em nada. Esse é a ameaça. Quando num dia qualquer a sua cabeça como a nossa, inesperadamente, lhe oferecer um motivo para se rir. Quando se rir sozinho ninguém saberá o que pensar.

sábado, junho 18, 2005

Após 743 documentários



Do you know how busy i am?
Just send a fucking card and leave me alone!

quinta-feira, junho 16, 2005

Asinoterapia

Santa Maria da Feira vai acolher sessões de Asinoterapia, técnica terapéutica que oferece às crianças e ao público em geral "a possibilidade de usufruirem das potencialidades dos burros, a nível da estimulação cognitiva, física e afectiva". Estudos realizados em vários países demonstram que "o contacto repetitivo com os burros melhora o equilíbrio, contribui para o desenvolvimento dos músculos fracos, e graças à interacção com o animal, o vocabulário é estimulado, reforça-se a auto-estima e a confiança."

Bullshit. Andamos nisso há anos e nada.

quarta-feira, junho 15, 2005

E é verão e tudo

Vi hoje escrito numa parede: "Não separes o corpo da paixão." Calculo que o autor se dirija a leitores de Hans Magnus Enzenberger, recomendando-lhes que passem a olhar para as mulheres.

Eugénio

Ao lado de Pessoa, António Nobre e Cesário Verde é o meu poeta português preferido. Usava palavras que na boca de outro seriam banalidades ou pieguices mas que na dele eram exactamente o que propunha: não ia além das palavras, leváva-nos a elas.

Mãos, frutos, palavras

Tinham o rosto aberto a quem passava
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.

Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.

Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos,
mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.

Os amantes sem dinheiro, Eugénio de Andrade (1923 - 2005)

domingo, junho 12, 2005

Sinais

O episódio do "arrastão" na praia de Carcavelos poderá juntar-se à invasão da Praça da Liberdade pelos superdragões para demonstrar uma coisa: um grupo organizado e numeroso pode submeter um local durante tempo indeterminado.

quinta-feira, junho 09, 2005

Aflição

Andava um tipo desaustinado pela rua. Perguntava a toda a gente por uma mulher russa, e ia deitando as mãos à cabeça de cada vez que a negavam. Entrava nas lojas, deixava recados, falava com trolhas e taxistas. Revolvia a cidade em busca da russa. Mais lá para o fim da tarde voltei a vê-lo. Vinha agarrado a uma brasileira.

Antes e depois

Achara-o um tipo interessante quando o conheceu. Vinha de um divórcio e encontrava-se vulnerável. Falava pausadamente, mostrava-se disponível para longos diálogos. Tinha espessura, sentido de humor, reflectia com densidade sobre o seu problema. Mas não vivia num cofre. Era um tipo com interesse.

Passado um ano reencontrou-o. Acabara de iniciar uma nova relação e sentia-se feliz. Estava agora chato e indisponível. Sempre com pressa para coisa nenhuma. Incapaz de articular uma ideia, incapaz de ouvir. Repetia apenas o quanto se sentia feliz, e dava pormenores inúteis sobre a sua vida agora triunfal.

sexta-feira, junho 03, 2005

A-c-a-b-a-r

É das palavras mais difíceis de escrever num sms. Não pelo facto de se "acabar" alguma coisa. Mas porque nunca mais acaba.

quinta-feira, junho 02, 2005

Yee

Post melancómico

Queria ter uma opinião qualquer sobre o Tratado, apesar de ser esquimó e viver na Índia.

Provavelmente Não

Sou europeísta convicto e acredito numa integração gradual. Seria, em princípio, a favor de uma constituição europeia. Mas não gosto de assinar de cruz. Sobretudo quando se trata de um texto com implicações vastas e mal explicadas. Havia a hipótese de ler o tratado, mas além da estucha, escapar-me-iam certamente os pormenores técnicos. Hesitava, portanto, e fui lendo o que se escrevia na internet e nos jornais. Só consegui situar-me quando li o Luís Delgado no DN. Ele é a minha bússula habitual. E como o Luís acha que se deve votar no "sim", eu muito naturalmente acho que se deve votar no "não".