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sexta-feira, abril 28, 2006

Cinemateca "Nacional"

Tiro na mouche de Augusto M. Sebra, no Público de hoje (assinalado também no Da Literatura), sobre a perpetuação do "insubstituível" Bénard da Costa. Não vou repetir o relambório dos méritos, dos Filmes da Minha Vida à excelente programação que corre em Lisboa. O problema é que eu não vivo em Lisboa, e pela parte que me toca a Cinemateca "Nacional" não existe. Não existe aqui, no Porto, como não existe em Viseu, Faro ou Viana do Castelo. Existe uma Cinemateca de Lisboa, cuja abertura ao País é nula.

Numa entrevista ao DN, em Maio de 2005, a directora do cineclube do Porto, Brígida Velhote, dizia inclusive que "é mais fácil contactar as cinematecas espanholas". E atendo-me ao Porto, donde fugiu o último cinema de bairro, o Nun'Álvares, e há uma escassez medonha de filmes de autor e documentários, é evidente que para este peditório não dou.

quarta-feira, abril 26, 2006

És um monumento



Vi O Leopardo em vídeo há mais de dez anos e compreendo o que João Lopes escreveu no Diário de Notícias: "Algumas das clivagens entre os espectadores contemporâneos passam por diferenças tão básicas como esta: há os que viram e os que nunca viram O Leopardo numa sala de cinema”. Desde segunda-feira, sou dos que viu O Leopardo numa sala de cinema. E posso dizer que só agora vi O Leopardo: um colosso destes não se vê em casa.

Foram três horas de assombro mas vou destacar duas cenas: o plano individual de cada membro da família na igreja de Donnafugata, logo após a viagem que os trouxe cansados e cobertos de pó. Há nesses instantes uma súmula do momento histórico que o filme retrata: a Itália desenhada por Cavour e Garibaldi a encher de cal o domínio espanhol. E mesmo que nada mude, e seja apenas uma troca de alianças e um breve reposicionamento, mantendo a família os seus privilégios, há naqueles rostos empoeirados a morte de uma época, como se fossem já fantasmas de um império perdido.

O outro momento é o baile, todo ele, que é das sequências mais melancólicas e magníficas da história do cinema, um encantamento puro. E dentro dele, a cena em que Angelica (Claudia Cardinale) convida Don Fabrizio Salina (Burt Lancaster) para uma dança. Diante da beleza de Angelica (um monumento), já não é o império que desaparece: é apenas um homem de meia idade que se vê substituído por um leopardo mais novo. E quando a devolve aos braços de Tancredi (Alain Delon), que rapidamente a beija, um pouco inseguro diante do velho leopardo, o olho de Angelica mantém-se aberto, observando Fabrizio. É uma passagem de testemunho hesitante, e uma inevitabilidade trágica, infinitamente triste e maravilhosa.

terça-feira, abril 25, 2006

És um 'monomento'

Recebi um convite para o HI5 há mais de um ano, mas só ontem fui espreitar. De link em link, de cara em cara, já sem ligação com as pessoas do meu "grupo", constatei a beleza da mulher lusitana (pelo menos aqui parecem encomendadas aos Morangos com Açúcar), e imagino o entusiasmo entre as novas gerações. Nas suas páginas, as moranguitas (e os moranguitos) assinalam os seus principais interesses e oferecem um curto perfil das suas pessoas. Fiquei a saber que os literatos adoram o Principezinho, mas a maior parte fica-se pelo Tio Patinhas e pelo Dan Brown. Nada disto tinha qualquer interesse e já bocejava.

Comecei então a ver as "mensagens" que qualquer um pode deixar junto à foto das moranguinhas. São galanteios gloriosos, do género: "n é só por seres bela, mas vêsse que és bem boa. poem fotos com mais corpo". Ou: "ola es mt gira, td d bom par ti bjs gd rp s puderes.dscp inc. Ou: "És um monomento. adiciona-me que eu digote lol". Além do cirílico, por vezes absolutamente incompreensível, há verdadeira poesia entre os jovens: "Aquela cena a três foi mágico. Manda mtos bjsss à Milufa". Mas também isto cansa ao fim de algum tempo.

Só ganhei a experiência quando vi o Sensei. O Sensei dedicou-se à página de uma moçoila formosa e atlética, e em cada foto deixava frases zen e bons conselhos. O Sensei não era exactamente um moranguito. Tinha bigode e cara de marmanjo e brasões bordados no Kimono. Dizia: "ouve a voz da tua consciência nas grandes decisões”. Ou: "procura a felicidade também nos pequenos pormenores". Numa mensagem final (eram mais de vinte fotos com respectivo Haiku), era mais explícito:

"Sinto o equilíbrio nas duas esferas".

Ah, seu mitra.

quarta-feira, abril 19, 2006


Garry Winogrand

Reload

Dar a volta completa. Apreciar o chão. Preparar os músculos.

Dicionário

Debochado, n. Indivíduo que correu atrás do prazer tão diligentemente que teve a infelicidade de o ultrapassar.

Excesso (de Trabalho), n. Uma maleita perigosa, que atinge os altos funcionários do Estado quando querem ir pescar.

Fisionomia, n. A arte de definir a personalidade de outra pessoa através das semelhanças e diferenças entre a sua cara e a nossa - que é o padrão da excelência.

Infância, n. O período das nossas vidas durante o qual, segundo Wordsworth, "O Céu paira sobre nós". Pouco tempo depois, é o mundo que começa a pesar sobre nós.

Promessa, n. Isto e bons conselhos são óptimos presentes, que todos podemos comprar para oferecer a um pobrezinho.

Santo, n. Um pecador morto, revisto e editado.

Dicionário, n. Um dispositivo literário malévolo para impedir o crescimento da língua e para a tornar rígida e pouco flexível. Este dicionário, no entanto, é uma obra muito útil.

Ambrose Bierce, The Devil's Dictionary (Tinta da China)

O alívio mordaz

Ando deliciado com o The Devil's Dictionary, do Ambrose Bierce, que só agora tive oportunidade de conhecer. Sem desprimor para o livro (que é também um objecto cuidadíssimo), têm sido as melhores idas ao WC em muito muito tempo.

segunda-feira, abril 17, 2006

Thanks for the loan

Há versos que sumarizam a nossa experiência ou estado de espírito, por vezes de forma inesperada mas absolutamente certeira. Por estes dias, escolheria, sem hesitar, estas palavras da canção Ballad of a Thin Man, de Bob Dylan: "Here is your throat back / Thanks for the loan".

Casa das Liberdades

A outra boa notícia da semana foi a derrota da Casa das Liberdades (?). Auguri, Italia!

sexta-feira, abril 14, 2006

Casa da Música

Não se tornou ainda o "espaço escancarado" de que falava Koolhaas (lugar que penetra a cidade e é atravessado por ela). E fora a programação (que tem sido completa e regular, mas não perfeita) aparece ainda como fortaleza inacessível. As novelas abrandaram, felizmente. Mas estamos em Portugal, estamos no Porto, e há obras por fazer, dinheiros a reclamar, espaços por preencher. Em todo o caso, foi há um ano. E convém celebrar: é um bocadinho do Porto no mundo; é um bocadinho do mundo no Porto.

segunda-feira, abril 10, 2006

O patego e o pirata

Sou daqueles pategos que ainda vão às lojas comprar discos. (Gosto de ter o "original" quando é um disco que eu gosto, ou que me pareceu que gostava, ou que poderei vir a gostar; gosto de folhear os booklets, apreciar o design, apalpar as imagens; gosto da informação à volta de um disco). Sou daqueles pategos que ainda gastam 50 ou 60 euros mensais para adquirir três ou quatro discos (e é preciso que estejam a "preço verde"). Sou um desses pategos e não tenho orgulho: devia frequentar a mula ou o soulseek e descarregar de graça como qualquer cidadão inteligente. Acho mesmo um statement (e é só por ser patego que não assino) descarregar de graça e ser corsário. Com os preços pornográficos que nos impingem, a pirataria é um acto de liberdade e de justiça. Custassem dez euros (já nem vou mais longe) e não havia de me passar ao lado tanta coisa. Custassem dez euros e poderia ambicionar uma verdadeira colecção, com as épocas e estilos devidamente arquivadas. Assim, não passo de um patego cheio de boas intenções.

Porém, porém, vou cumprir em breve um sonho antigo: regressar aos vinis. E vou começar por aqui.

quinta-feira, abril 06, 2006

À prova de gárgulas

A unificação medonha

Introduziu-se um gárgula no aparelho de CD’s. Escutava um álbum antigo de Brian Eno e David Byrne, e surgiu aquela voz abafada e medonha. Experimentei uma cantora, Beth Orton, e na mesma o gárgula apropriara-se da sua voz. Fui à selvageria do Iggy Pop, um indómito, mas também ele sucumbira ao diabrete. Por fim, coloquei o mais recente frémito da colecção, Richard Swift, na esperança de que a sua virgindade no aparelho criasse pudores ao bichinho. Nada, a mesma voz cava e repetitiva. Tenho um gárgula no aparelho. E de repente é como se não houvesse mais vozes no mundo: todas diluídas naquele tom abafado e medonho.

sábado, abril 01, 2006


Jonathan Stewardson

Nosso lar

(...) Desenhe-se o mapa das cafeterias e obter-se-á um dos marcadores essenciais da "ideia de Europa". O café é um local de entrevistas e conspirações, de debates intelectuais e mexericos, para o flâneur e o poeta ou metafísico debruçado sobre o bloco de apontamentos. Aberto a todos, é todavia um clube, uma franco-maçonaria de reconhecimento político ou artístico-literário e presença programática. Uma chávena de café, um copo de vinho, um chá com rum assegura um local onde trabalhar, sonhar, jogar xadrez ou simplesmente permanecer aquecido durante todo o dia. É o clube dos espirituosos e a poste-restante dos sem-abrigo. (...)

George Steiner, A Ideia de Europa