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sexta-feira, setembro 30, 2005

Memórias (Sicília)

Um hotel em Palermo. A sanita cheia de merda quando entrámos. Muito obrigado, minha senhora, muito obrigado. Mas não, mas não, vai estar limpa quando chegarem. O hotel tinha um esplendor morto, uma grande palmeira que ascendia pelo vão de escadas. Fora um bom hotel há quarenta anos. Agora era um desenrasque para gente sem dinheiro. E já não havia merda, mas houve gemidos de um lado e televisão do outro. E gente a entrar, a sair. E barulho na rua. E uns lençóis com cheiro. Passámos a noite cá fora, na varanda, onde se estava bem.

Mutilar

Há algo em comum entre a utopia e um bom texto - a mutilação.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Que segue

Alarido ao final da tarde. Um camião de campanha a apitar num dos lados da rua. Do outro lado a concorrência em cima de um autocarro. Há palavras de ordem, chinfrim. Bandeiras com cara de gente que nos salva. A propaganda a aterrar nos vidros, a tapar a vista. E a persuasão é irreal, dissipa-se no tom sanguíneo do céu. Vê-se o recorte de prédios, antenas, tudo aquilo que segue.

quarta-feira, setembro 28, 2005

terça-feira, setembro 27, 2005

50 - 75 - (?)

Havia alguém dentro do carro. A luz do telemóvel, um rosto invisível. Podia estar à espera da namorada ou do patrão (era um carro grande). Podia estar à espera de muita coisa, pensar em muita coisa enquanto esperava. Ele podia ter uma grande imaginação. Quanto a mim, de nada me valia especular.

One to one

Acho muito bem que se proíba a luta entre pitbulls. Já não acho tão bem é que se proíba a luta entre donos de pitbulls.

Vigilância

A vídeovigilância só compromete os criminosos. Aqueles que são assaltados não têm nada a temer.

domingo, setembro 25, 2005

Complicar

Alegre vem complicar todos os cálculos e intrometer-se nas passadas gloriosas dos senadores. É um entrave ao determinismo democrático português. Aqui aplaude-se.

Importância

Cada um está dentro da sua pele e isso para cada um é importante como o caraças.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Caramelle

O último jornal que leu com dois sublinhados na secção de política. Um par de sapatos velhos, com chiclete verde na sola esquerda. Quatro fotografias de 1974 (numa delas sorria). Dois filhos de cabelo encaracolado. Uma secretária ocupada por um homem de 29 anos (se retirarmos o homem, vemos as marcas provocadas por um cinzeiro que ele pousou com demasiada força há poucos meses). Marcas por apagar também no quadro da bicicleta em que caiu, sem grandes consequências, no sul de Espanha. Uma colecção de discos. Um postal rabiscado. Trinta e cinco canetas num grande estojo (onde também há lápis, papéis, duas borrachas). Um copo roubado num bar de jazz. Um pequeno desenho que tentou fazer e largou a meio (guardado por acidente por pessoas que nunca o conheceram). Ele chamava-se Cláudio e há documentos.

Monet, Houses of Parliament, Fog Effect

Nevoeiro

O nevoeiro está de volta. Venham os poetas e os corsários.

quarta-feira, setembro 21, 2005

E que a seguir vai para a esquadra

Nas imagens do discurso de Fátima Felgueiras à população senti toda a eminência de um chefe de estado que regressa do exílio.

Os que já não acordam não contam

No debate entre os candidatos à Câmara do Porto, o actual presidente anunciou, entre outras maravilhas, a redução do número de arrumadores, que seriam mais de 500 em 2001, não passando hoje de uns 30 ou 40. Eu não ando a contá-los pela cidade, mas digo que nas arcadas do meu prédio dormia apenas um há quatro anos e, agora, quase tenho de me desviar dos quatro ou cinco manfos que ali dormem.

segunda-feira, setembro 19, 2005

Galás

Uma das coisas extraordinárias num concerto de Diamanda Galás é que perdemos qualquer contacto com as nossas vidas, é impossível dizer: fartei-me de divagar enquanto a ouvia. Somos de tal forma puxados para dentro dela que as nossas divagações ocorrem num lugar alheio. Um lugar que assusta.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Interrupção

Podia ter sido muita coisa; foi o gajo do euromilhão.

quinta-feira, setembro 15, 2005


Richard Estes, Telephone Booths

sms (3)

Previu que a sua história custasse 37.20 euros.

sms (2)

Submergidos em comunicações, estranhamos mais de duas ou três horas de silêncio.

sms

Não era falta de respeito, era falta de saldo.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Um nabo charmoso

Critica-se em Francisco Assis, candidato do PS à Câmara do Porto, o facto de ser tímido e acabrunhado, porque fala pouco, não dá pinotes nem distribui chochos pela população. Atribuem-se-lhe estes rótulos (e qualquer um pode fazer o mesmo olhando para os cartazes: ele tem, de facto, um ar tímido e acabrunhado, muito pouco ula ula, muito pouco charmoso, muito pouco à vontade – ok, conceda-se, não seria o galifão do secundário). Mas colocam-se-lhe esses rótulos como se fossem obstáculo a um mandato competente e responsável. Eu pensei que depois de experiências recentes, com políticos extrovertidos e desvairados, estivéssemos um pouco fartos do estilo e valorizássemos outro género de características. Mas pelos vistos não. É como dizia alguém num documentário sobre campanhas nos EUA: Abraham Lincoln nunca seria eleito hoje em dia – era demasiado feio.

terça-feira, setembro 13, 2005

Mexer a boca

- Enquanto esperamos podemos tentar
conversar calmamente, já que somos
incapazes de ficar calados.
- Tens razão, somos inesgotáveis.
- É para não pensarmos.
- Temos essa desculpa.
- É para não ouvirmos.
- Temos as nossas razões.

Samuel Beckett, À Espera de Godot

Taxidermista

Ficaram a trocar nomes de bandas e de filmes. O objectivo era semelhante ao de um concurso. O primeiro a engasgar-se, ou a
repetir-se, ficava de fora.

segunda-feira, setembro 12, 2005

Happy Monday


Roy Lichtenstein, Woman in bath

sábado, setembro 10, 2005

Novos links

Para substituir os defuntos Fora do Mundo e Educação Sentimental, duas novas entradas para a barra de links: Sound + Vision e Pintura Portuguesa. Blogs sobre música + cinema e pintura: interesses centrais aqui na Tesoura.

Esmola

Damos esmola para sacudirmos da nossa frente o miserável que a pede; e se alguém provoca em nós um mal-estar com o espectáculo da sua grande miséria, e faz apelo ao nosso evidente e inegável sentimento de solidariedade, odiamos essa pessoa com toda a força.

Cesare Pavese, O Ofício de viver
Um dos melhores blogs de sempre, a que irei voltar com frequência.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Contratos invisíveis

Numa esplanada, a ler o jornal, fui abordado por três indivíduos que queriam cigarros e dinheiro. Dei apenas cigarros aos primeiros dois, que aceitaram com desprezo, como se aquilo fosse o mínimo a que eu estava obrigado. Ao terceiro não dei nem cigarros nem dinheiro. Então ele pôs-se a praguejar e chegou a ameaçar-me, em voz alta, quando se afastava. Conclusão da história: não contentamos ninguém mas geramos o ódio num instante.

A décima Tróia

Portugal também concorre nas grandes misérias. E não é só com incêndios, é também com civilizações que se evolam, em directo, na Sic Notícias. Ver aquelas imagens épicas, maravilhosas, aquelas torres a tombarem. Não é só um empreendimento, foi a décima tróia que ruiu.

terça-feira, setembro 06, 2005

Arquivo

Gostava de visitar os posts que não escrevi.

segunda-feira, setembro 05, 2005


Pablo Picasso, Miserables ante el mar

Azul

É uma pintura molhada, azul como o fundo húmido e condoído do abismo.

Picasso

sábado, setembro 03, 2005

Feel the blues

Vendo as imagens dos últimos dias perguntamo-nos, em primeiro lugar, em que zona de África é que isto fica. Vemos colunas de refugiados, gente espalhada pelo chão, aninhada junto às poucas malas e mobílias que se salvaram. Vemos pobres e ricos pendurados no mesmo viaduto. Pessoal a caminhar com água pelo pescoço, casas a boiar em ondas imundas e velozes, toda uma cidade a desaparecer. Vemos o comportamento humano em situações destas, o salve-se quem puder, o dá-me comida senão mordo-te, as pilhagens, a defesa selvagem de um pequeno reduto, a voracidade dos homens tranformados em lobos. Vemos a civilização a estatelar-se num charco. E foi assim, durou dois dias.

Não é ainda o tempo de escrever cartas abertas, como a de Michael Moore, assacando responsabilidades e instrumentalizando a catástrofe com fins políticos. Bush é pequeno demais para o que aconteceu. E pouco importa se estava no rancho, a jogar às cartas, ou se foi à festa de tal financiador ou acrobata. Pouco importa que o air force 1 sobrevoaasse a área após o desastre, em excursão, ou que o presidente, ao contrário do 11 de Setembro, onde prontamente subiu aos escombros, de capacete e megafone, prometendo vingança e assumindo o controlo da situação, não tenha agora posto umas galochas e um impermeável, para falar ao povo em cima de algum telhado flutuante. Pouco importam as considerações sobre o racismo, sobre a falta de meios, sobre o paradeiro dos helicópteros. Virá certamente o tempo para todos esses cálculos e facturações.

Por ora, há apenas o drama. Pessoas por encontrar, ainda enfiadas nalguma cave com o nariz de fora. Milhares de mortos por reconhecer, embrulhados em plástico e semeados pela rua. Incontáveis famílias a andar sem norte, reduzidas a grupos de esfomeados e vagabundos. Há cinco milhões de pessoas sem energia eléctrica. Gente isolada, sem acesso a terreno firme, que viu a casa ser devorada e o local de emprego arrastado pelo vagalhão. Há muito a fazer antes dos truques e dos tiros e das opiniões.

Quanto mais não seja há que lamentar, lamentar pesadamente e com todos os poros a desgraça de Nova Orleães. A cidade que nos deu o blues, o jazz, o rock 'n' roll. Onde convergiram os povos da América e se fez pela música essa ideia de sociedade mundial, muito imperfeita, mas que ainda vigora naqueles Estados. Vemos tudo isso afogar-se. Talvez para sempre.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Don Juan (3)

Evitava o contacto com estátuas de homens e adquiriu cópia da Afrodite de Praxíteles.

Don Juan (2)

Usava o telemóvel como isca fluorescente.

Don Juan

Até das relações dos outros procurava retirar prazer.