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sexta-feira, dezembro 29, 2006

Presentes












Os melhores presentes são aqueles que oferecemos a nós próprios. Não há enganos. Não precisamos de sorrir e perguntar, muito acabrunhados, pela eventualidade remota de não nos servir e termos de trocar. Escolhemos à medida. E este ano não falhou: ofereci-me DVD's que vou usar sempre.

O primeiro é uma aula de cinema pelo olhar fascinado do cinéfilo e autor Martin Scorsese. (Serão duas aulas, aliás, mas ainda só pude assistir à primeira.) Uma Viagem pelo Cinema Americano, realizado para a televisão, em 1995, encontra-se no primeiro disco; enquanto na segunda parte desta bela oferta temos A Minha Viagem a Itália, de 1999. (Pelo meio, curiosamente, Scorsese andou a viajar pelo Tibete, donde nos trouxe o aborrecido Kundun.) A viagem pelo cinema americano é muito mais do que um mapa de referências e citações - é sobretudo uma jornada de afectos, em que o autor de Taxi Driver e Goodfellas nos toma pela mão e partilha o seu encantamento pelos filmes que o marcaram enquanto homem e enquanto artista. O resultado é uma verdadeira história do cinema americano, polvilhado de protagonistas como Griffith, Murnau, DeMille, Tourneur, Walsh, Minnelli ou John Ford. Desde o período clássico dos grandes estúdios até ao momento em que começa a filmar, em finais da década de 1960 (péríodo que se recusa a comentar, por uma questão de pudor). A rememoração organiza-se por géneros, como o western, o musical ou o filme de gangsters (e são-nos dadas genealogias de cada um deles); e pelas facetas de um realizador (enquanto "contrabandista" ou "iconoclasta", por exemplo). Contando com os depoimentos de colegas como Clint Eastwood, Francis Coppola, Brian De Palma, Billy Wilder ou Samuel Fuller, a viagem segue ao ritmo do admirador, detendo-se demoradamente em alguns filmes e analisando certas mudanças - o advento do som ou do formato CinemaScope -, ilustradas por cenas concretas que demonstram como os problemas se tornaram novas possibilidades. Pontuados pela voz juvenil de Scorsese, os excertos de dezenas de filmes são iluminados por comentários certeiros e reveladores que ampliam a capacidade de leitura. Sempre no tom de alguém que se comove e extasia sem perder o fio de um discurso original e penetrante. Chegamos ao fim e sabemos muito mais sobre cinema. (Senão, apenas dois aspectos: a legendagem é péssima e quem não entenda bem o inglês é enganado sucessivamente; e para aqueles que, como eu, não viram boa parte dos filmes referidos [encontram-se listados nos extras] e não imaginam ver tão cedo [não há cinemateca no Porto, etc. e tal], a experiência pode ser francamente frustrante.)

A segunda prenda do meu caro amigo foi o há muito desejado L'Atalante (1934), de Jean Vigo, o malogrado francês que não chegou a ver a estreia da sua primeira (e única) longa-metragem. Com 29 anos, sucumbiu à septicemia, tendo visto apenas a primeira montagem da sua obra-prima. Era filme que eu perseguia desde a leitura de um texto de Bénard da Costa, no Independente, incluído na série Os Filmes da Minha Vida. No seu estilo de deslumbramento, o grande cinéfilo chamava a atenção para uma cena em particular, em que Jean (Jean Dasté) enfia a cabeça num balde, e depois mergulha no rio, procurando ver a imagem da mulher amada, Juliette (Dita Parlo). Esta dissera-lhe que dentro de água a encontraria sempre. Visto o filme, não consigo destacar esse momento ou qualquer outro. Tudo me parece de uma relojoaria antiga, inimitável. Destaco o filme inteiro como uma jóia, onde se conta a história de um amor subitamente abalado e o desespero de dois amantes. Onde há um desejo físico pungente, em que a sugestão é ensurdecedora e ultrapassa em muito a exposição às escâncaras do cinema actual. É um trabalho de minúcia, em que cada cena parece destinada a gravar-se na memória do mundo. Como se não pudesse haver cinema sem recordar A Atalante.

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domingo, dezembro 24, 2006



Para evitar ofensas desnecessárias, recorro a uma árvore estilizada e sussuro um feliz Natal e próspero ano novo a todos os visitantes e amigos.

sábado, dezembro 23, 2006

Islamicamente correcto (2)

Aviso já que durante o próximo Ramadão, e na qualidade de indivíduo não-muçulmano, me vou sentir extremamente ofendido.

Estamos a ficar loucos – mesmo ao olhar do “outro”.

terça-feira, dezembro 19, 2006


Apostolos Georgiou, Sem Título, 2005

A dança dos caixões (2)

E não será só o Rivoli, aliás, quando a maré levar finalmente o Dr. Rui Rio, alguém irá reclamar que “está tudo por fazer nesta cidade e é preciso recomeçar.” E lá vamos nós. Acumulam-se os dividendos para um futuro qualquer.

A dança dos caixões

Após um concurso de fachada, em que a decisão do júri (?) estava há muito tomada, esperam-nos quatro anos de La Féria à frente do Rivoli. Ainda me vou rir quando o próximo autarca do Porto reclamar a devolução do teatro à cidade como momento triunfal da sua política.

domingo, dezembro 17, 2006

La Féria no sapatinho

Sem surpresas, cá está o presente de natal da Câmara aos portuenses.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Espírito da quadra

Quase me electrocutava com a árvore que comprei aos chineses.

terça-feira, dezembro 05, 2006

TLEBS

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Invitation to the blues


Invitation to the Blues, do álbum "Small Change", interpretada ao vivo por Tom Waits, em Berlim, 2004.

domingo, dezembro 03, 2006

Os impecáveis

Assustam-me um bocado as pessoas "impecáveis", que toda a gente repete que são "impecáveis", sem vestígio de mácula e com espólio ilimitado de virtudes. Primeiro, porque tenho imensos defeitos e me sinto num plano diferente dessas pessoas (e não sei ao certo como agir). Depois, porque me aborrecem as coisas demasiado seráficas. E, finalmente, porque desconfio dessas pessoas, e fico sempre à espera de ser surpreendido com o maior dos horrores. Prefiro cheirar logo os podres de alguém, e perceber se consigo respirar ainda assim.

sábado, dezembro 02, 2006

Revolta em indeferido

Um dos momentos mais confrangedores que vivi foi em 1994, numa viagem a Nova Iorque, no bairro de Little Italy. Havia uma feira, com massas múltiplas a impregnarem o ar com cheiro a temperos e a gordura. Entre os candeeiros esticavam-se largas faixas com a tricolor, e metade do bairro, já na altura, era tomado pelos chineses. Grande imbróglio de tendas e de pessoas; barracas de tiro ao alvo; leilões; escaparates com toda a tralha que se imagine. Vejo subitamente o anúncio: the world’s smallest woman. E com uma curiosidade idiota, saco de um dólar e dirijo-me ao homem que controlava a entrada de uma espécie de casa dos brinquedos. Perguntei-lhe o que se passava. Pediu-me o dólar e disse-me que tinha o tempo que quisesse. Um pouco a medo lá entrei no caixote. De início olhei e não vi nada. Cheirava a palha e a cavalo. Andei uns metros por um tapete e finalmente, pelo canto do olho, vi algo que se mexia. Baixei o rosto e lá estava: the world’s smallest woman. E de que se tratava? Duma pobre enfezada que me olhava como um animal assustado. Nem seria exactamente uma anã. Era um ser raquítico com pequenos braços e pernas, um lenço na cabeça e, sim, posso jurar, amarrada por uma corda a um dos cabos da estrutura. Ainda não tinha lido Um Artista da Fome, do Kafka, mas seria mais ou menos isso. Uma coisa deprimente. Olhei-a de relance e quase pedi desculpa. Saí a correr, envergonhado e enojado. Queria chamar a polícia, armar um escarcéu. Mas acabei por desistir e fui comer um cheesecake