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domingo, maio 28, 2006

Dos cadernos para o palco

É a segunda vez que Miguel Seabra materializa o que me é sugerido ao ler Beckett. No ano passado, com Endgame, no papel de Clov, ontem à noite, como Estragon, em À Espera de Godot, onde foi também o encenador. As suas composições fixam a imagem que construí dessas personagens, e são a pedra de toque de todo o espectáculo. É como se tivesse saído dos cadernos para cima de um palco.

Ler aqui uma entrevista a Miguel Seabra, que talvez explique certos requisitos para interpretar Beckett.

sábado, maio 27, 2006

Do cárcere

sábado, maio 20, 2006


Eu e o inglês de Vilnius, 2004

quinta-feira, maio 18, 2006

Para mais tarde estragar

Nunca fui grande adepto de registar à toa. E nem sequer falo da natural ansiedade de aparecer ao lado (até porque a alternativa, na maior parte dos casos, não passa de um mero postal sem competência): eu e a Torre Eiffel; eu e o Reichstag; eu e o Taj Mahal; eu e os aborígenes; eu e a cabine telefónica; eu e a inscrição em grego; eu e o caixote do lixo; eu em todo o lado (como o emplastro). Falo da necessidade de registar todos os momentos, todos os encontros, todas as pessoas e situações que julgamos dignas de registar. Como diz o anúncio: "para mais tarde recordar". Acontece é que, em muitos casos, o que fazemos é arruinar essas memórias. Afinal, estávamos todos com cara de lorpas naquela reunião tão divertida. Afinal, e ampliando bem, ela estava cheia de borbulhas e com pontos negros nos lábios. Afinal, os avós estavam tão caídos naquela última noite de Natal. E é extremamente difícil recuperar a imagem consoladora que havíamos guardado. Ao registar à força, com a ganância de perpetuar os momentos e coleccionar os retalhos da vida que julgamos relevantes, corremos o risco de eliminar as imagens que nos convêm, sejam elas verdadeiras ou estupidamente falsas. Corremos o risco de eliminar o silêncio das nossas memórias. Servindo aquelas fotografias, mais tarde, apenas para estragar.

Botas

Fazer uma observação destas, estando de fora, é fácil. De dentro é que é particularmente lúcido e louvável.

sábado, maio 13, 2006

Sahara Blues



Fui à noite que me interessava do Festival Mestiço, que decorre no parque subterrâneo da Casa da Música - iniciativa que se aplaude e que, olhando à adesão de público, terá condições para se impôr no mapa. (Uma objecção, porém: o local é francamente mau. Uma garagem, com as suas características underground e bafientas, serve determinados projectos, desde o rock agressivo às electrónicas minimais, mas acaba por sepultar este género de música mais cálida, que pede sem dúvida espaços abertos e respiráveis).

Vieram os Ojos de Brujo, catalães que fundem o flamenco e a rumba com as linguagens do momento (já cansam um bocadinho estas fusões; todo o bicho-careta mistura o seu folclore com as linguagens do momento; e ou a coisa vale mais que a soma das partes e se autonomiza [espreitar Lila Downs, por exemplo], ou soa a aproveitamento espúrio que não beneficia nem uma coisa nem outra). Os Ojos de Brujo teimaram na parte menos interessante do seu repertório (o último álbum, Techari), e só a espaços visitaram Bari, o disco que muito justamente os celebrizou. Além de um concerto demasiado longo (quase três horas), os Ojos de Brujo têm o hábito irritante de debitar umas causas pelo meio das músicas. Entre uma festarola e outra aludem a Chiapas e às detenções de não sei quem. Eu não sei o que é que realmente pretendem ao comunicar estas coisas aos corpos suados e ululantes: uma sensibilização, uma indução, dizer: nós preocupamo-nos com isto? Nestas matérias, sempre preferi a atitude punk: "Fuck Chiapas", e já está.

A noite foi ganha com os Tinariwen, que conheci poucos dias antes pela audição de Amassakoul (disco do ano pela Billboard, em 2004). São antigos guerrilheiros do Mali, que trocaram as kalashnikovs pelas guitarras e a luta armada pelo blues. Primeiro, o aspecto: apresentam-se como autênticos tuaregues, com os camelos estacionados à porta. Recordam as descrições de Camus sobre os árabes, com "rostos que parecem esculpidos com punhais". Enfaixados até a cabeça, com as suas vestes, dividiam-se entre o grupo da simpatia, que marcava o ritmo com palmas e flertava com o público; e o grupo dos sisudos, de olhar distante e impenetrável. Foi um aroma absolutamente distinto. Um blues hipnótico, com cheiro a distância e a deserto. Absolutamente lasso, mas de uma lassidão imparável, que nos forçava a dançar ininterruptamente. Diz-se "enleante" sobre tudo, mas se há altura própria é num concerto dos Tinariwen. Sim, estava enleado, a fumar ópio em pleno Sahara.

sexta-feira, maio 12, 2006

Agora ouçam todos

Ela falava altíssimo na esplanada: "Agora estou aqui a beber um fino. Depois vou a casa mudar de roupa e refrescar-me. Ainda tenho de telefonar à Paula. Às oito e meia em ponto passo em tua casa". E por momentos ficámos submetidos à imponência destes dados.

segunda-feira, maio 08, 2006


Robert Longo, Jules, Gretchen, Mark, State II

Contorcionismo

Aprecio bastante esta série de litografias que Robert Longo produziu no início dos anos 80, nos EUA, em plena euforia yuppie e da reaganomics. As figuras, que poderíamos hoje situar entre um anúncio da Calvin Klein e o Fight Club, parecem alvejadas ou entregues a uma dança desvairada e obssesiva. Relacionam-se com dados emergentes na sociedade: a ebulição dos mercados, a competição, a ferocidade económica e os novos instintos que se geram entre homens e mulheres: reorientados agora para a sobrevivência na selva das aquisições e das mergings. São instintos verdadeiramente novos, e que ainda hoje se manifestam, em espasmos e contorções, ao olharmos o funcionamento progressivamente abstracto e longínquo do sistema económico que nos rege.

sexta-feira, maio 05, 2006

É outro affaire

Eu não sou nem de esquerda nem de direita – eu sou um director.

É só gravar

Ouvi ontem esta frase, que representa o paroxismo da idade das cópias e do download: "Empresta-me a tua irmã três dias, só para gravar".

segunda-feira, maio 01, 2006

Vai-se andando

Quando duas pessoas se cruzam e têm este diálogo:

- Olá, tudo bem contigo?
- Tudo bem. E contigo?
- Também.

não dizem absolutamente nada uma à outra. É um não-encontro, uma não-presença para cada uma delas. Se no entanto tivermos que, à pergunta "Tudo bem contigo?" haja a resposta “Vai-se andando”, há um pequeno contacto entre as duas. Porque mesmo sendo um bordão, para conversas apressadas e de circunstância, "Vai-se andando" é uma expressão honesta e bonita, que apesar de automática carrega toda a fragilidade e incerteza da condição humana.

Sempre gostei que me dissessem: "Vai-se andando".