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segunda-feira, abril 30, 2007

Deve andar lá perto

"(...) Se bem me lembro, nos meus tempos dom-joanescos eu cheguei a abandonar mulheres por causa de uma nódoa na meia, de uma palavra estúpida, dos dentes mal lavados; mas agora perdoo tudo: a mastigação, a azáfama com o saca-rolhas, as conversas longas que não valem um pataco. É quase inconscientemente que perdoo, sem forçar a vontade, como se as faltas de Sacha fossem as minhas próprias faltas, e muitas coisas que dantes me faziam contorcer produzem agora em mim enternecimento, e até admiração. Os motivos desta tolerância total residem no meu amor por Sacha, mas onde residem os motivos deste amor, isso, palavra de honra, não sei dizer."

Último parágrafo do conto O Amor, de Tchékhov.

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segunda-feira, abril 23, 2007

Moralismo assassino



Neste post do Corta-Fitas o autor interroga-se sobre a possibilidade do massacre na Universidade Tecnológica da Virgínia, ocorrido na semana passada, ser um dos sinais de uma sociedade que caracteriza como “progressivamente mais individualista e impiedosa, sem identidade ou «interioridade», dominada pelo hedonismo (…)”. Ora sucede justamente que as declarações do assassino, contidas no vídeo enviado à NBC, parecem antes de mais acusar esse hedonismo e falta de piedade, que supostamente o “obrigaram" a fazer aquilo. Temos portanto uma posição moralista, que denuncia os costumes, e não uma apologia do caos e da dissolução. Poderá argumentar-se que também isso é sinal das mesmas características apontadas no post, mas a verdade é que surge de um ponto extremado (e ensandecido) dessa visão.

Coisa que não é novidade em casos de psicopatas. Para dar dois exemplos, refira-se as prostitutas assassinadas em Ipswich no final do ano passado (foram só prostitutas). Ou o Unabomber, que criticava o hedonismo e paternalizava o Homem na sua relação com as máquinas. Também no cinema há um longo rol de moralistas sádicos, desde o beato de The Night of the Hunter (na imagem) ao asssassino de Se7en, que perseguia com diligência os pecados mortais. E mesmo Travis Bickle, do post abaixo, que pretendia limpar a cidade das suas impurezas. Há bastas coincindências entre o discurso moralista e a atrocidade. Com o “ofendido” a arrogar-se a anjo-vingador que irá purificar e punir a sociedade. (Já num outro campo, podíamos falar de radicalismos políticos e religiosos, que em larga medida se colam a esse perfil.)

Outra coisa que li e da qual discordo foi a associação entre o crime da Virgínia e o suposto fracasso do multiculturalismo (aparentemente porque o assassino era asiático). É caso para perguntar pelos WASP's que dizimaram estudantes em Columbine, 1999, ou pelos caucasianos que fizeram estoirar um prédio em Oklahoma, 1995, ceifando 168 vidas. Há muito para dizer sobre o multiculturalismo, mas isso é claramente um tiro ao lado e sem jeito nenhum.

quinta-feira, abril 19, 2007

Moicano



Se o penteado dos índios Wyandot (que os primeiros exploradores franceses da América confundiram com a tribo dos Mohawk) viria a ser utilizado, na II Guerra, pelos paraquedistas da divisão "Screaming Eagles", e ainda hoje, no Iraque, parece alimentar as fantasias de muitos soldados, numa espécie de reclamação de um símbolo ancestral de combate e virilidade, extraído a uma cultura devastada e absorvida, um mesmo fenómeno parece verificar-se na moda: o moicano adoptado pelos punks como manguito central de uma postura de confronto e provocação (e Scorsese percebeu bem essse “potencial desviante” no seu Taxi Driver de 1976, ano em que tudo explodia em Londres e Nova Iorque), também ele foi devastado e absorvido pelo mainstream, perdendo a sua aura ilícita e convertendo-se no regalo de sucessivas tendências: das mais sofisticadas àquelas que agora predominam no bairro do Lagarteiro.

segunda-feira, abril 16, 2007

Para ler, reler e guardar perto


Acabo de ler Elogio da Intolerância, de Slavoj Žižek, penetrante panorâmica sobre o mundo actual, com paragens nos temas mais diversos (do multiculturalismo ao Viagra). É um texto que questiona o chão que pisamos, esse chão onde passa a política e as decisões que nos afectam.
E independentemente de se aderir às suas teses, ou rejeitá-las, vale pelo contacto com um pensamento poderoso.
Voltarei ao livro, mas aproveitando a boleia das últimas semanas, e o chinfrim à volta de Sócrates e do canudo, transcrevo uma passagem do último capítulo, sobre a "interpassividade", onde encontro ecos com esta obsessão que tem dominado o espaço público português.
"(...) toda essa incessante actividade (...) tem qualquer coisa de profundamente inautêntico, e evoca, em última análise, o neurótico obsessivo que ou fala permanentemente ou se mantém freneticamente activo, precisamente com o fim de garantir que alguma coisa - aquilo que realmente importa - não será perturbada, continuará sem mudar."

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terça-feira, abril 10, 2007

Loja dos 300



Se há uma intenção política em 300, ou qualquer analogia com a actualidade (a defesa do Ocidente livre e esclarecido por um grupo de bravos, contra o misticismo e a escravidão do Oriente), ela só cai no ridículo com esta caricatura tecno-kitsch da batalha de Termópilas.

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domingo, abril 01, 2007

Think again



Sound of silver talk to me
makes you want to feel like a teenager
until you remember the feelings of
a real live emotional teenager

then you think again


Primeiro vídeo extraído de "Sound Of Silver", dos LCD Soundsystem (que não me parecia tão bom como o primeiro mas que tem crescido). O tema do clip é North American Scum. A letra é de Sound of Silver.

O osso

Quando nos exprimimos fora da nossa língua estamos obviamente emperrados. Castrados em recursos e vocábulos, limitamos também o próprio pensamento, que deverá adequar-se à escassez de meios. Nesse exercício poderá pensar-se que nos diminuímos – simplesmente, não conseguimos dizer como diríamos, e tendemos a simplificar, excluir, esvaziar. Mas também é verdade que, expressando-nos em língua estrangeira (e independentemente do domínio que tenhamos sobre ela levaria anos de contacto diário a atingir uma nesga da relação que temos com a nossa), há a possibilidade de sermos directos, atalhando por entre a canga que por vezes convocamos para dizer o mais simples. Há a possibilidade (ou a fatalidade) de atingir o osso em numerosas situações – dizendo apenas o necessário, e nada mais. Quem melhor entendeu isto foi Beckett, ao escrever em francês e só depois traduzindo para a língua-mãe: com os resultados que se conhecem. Apanhar o osso, dizer apenas o que tem de ser dito. Que é cada vez menos.