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sexta-feira, março 31, 2006

O livro ao lado

Se nos sentarmos todos os dias, à mesma hora, no mesmo café, acompanhamos involuntariamente a história de alguns clientes.
E, ao fim de algum tempo, já esperam por nós para virar a página.

quinta-feira, março 23, 2006

O economista

"Muito boa noite, jovem. Desculpe a intromissão e estar a dirigir-me a si desta forma. Eu sou formado em economia e..."

Três notas sobre o episódio.

1) A delicada finura do indivíduo antes de me cravar dinheiro. Com modos que envergonhariam a maior parte dos 'socialites' e dos operadores de telemarketing.

2) O facto de ser formado em economia (ou ter escolhido dizer que era formado em economia). Eu sou cravado com frequência por um licenciado em direito, mas há um abalo civilizacional quando um licenciado em "economia" se vê obrigado a pedir dinheiro na rua. Ainda se fosse germânicas...

3) Com intromissões maviosas ou grosseiras, está a ficar impossível andar na rua.

quarta-feira, março 22, 2006

Recortes

Observar o mundo por um espelho em cacos.

segunda-feira, março 20, 2006

Tardes canoras

Segundo o Diário de Notícias, a "epidemia de medo já chegou a Portugal". E em Lisboa "há aves exóticas à solta nos céus". Ora aí está a vantagem do H5N1: um início de Primavera com papagaios e caturras; penugens magníficas a cruzar os prédios, tardes canoras no engarrafamento.

Guarda-chuva

Há aquela velha frase sobre Nova Iorque: podes ver toda a gente sem que te vejam a ti. Sempre gostei dos guarda-chuvas pelo mesmo motivo.

sábado, março 18, 2006

Impressões

Antipatizamos com alguém, num primeiro contacto, por coisas minúsculas como a forma das sobrancelhas ou o movimento das narinas quando se ri. E conservamos isso, caso a relação nunca se desenvolva. A não ser que nos prove a sua bondade, será sempre
uma "pessoa antipática".

Do mesmo modo,

Simpatizamos com alguém, num primeiro contacto, por coisas minúsculas como a forma das sobrancelhas ou o movimento das narinas quando se ri. E conservamos isso, caso a relação nunca se desenvolva. A não ser que nos prove ser um crápula, será sempre
uma "simpatia".

terça-feira, março 14, 2006

Segurança

Entre o jipe trancado e as garagens, sentia-se como um batedor em território hostil.

segunda-feira, março 13, 2006

Diplomacia

(...) Se dois homens, duas espécies contrárias, sem história comum, sem linguagem familiar, se encontram por fatalidade face a face - não no meio da multidão nem em plena luz do dia, porque a multidão e a luz dissimulam os rostos e a naturezas, mas antes num chão neutro e deserto, plano, silencioso, onde nos vemos de longe, onde nos ouvimos caminhar, um local que proíbe a indiferença, ou o desvio, ou a fuga - quando param um em frente ao outro, não há entre eles senão hostilidade, que não é um sentimento, mas um acto, um acto de inimigos, um acto de guerra sem motivo. Os verdadeiros inimigos são-no por natureza, e reconhecem-se como os animais se reconhecem pelo cheiro (...)

(...) O primeiro acto de hostilidade, imediatamente antes da pancada, é a diplomacia, que é o comércio do tempo. Ela desempenha o amor na ausência do amor, o desejo pela repulsa. Mas é como uma floresta em chamas atravessada por um rio: a água e o fogo lambem-se, mas a água está condenada a afogar o fogo, e o fogo forçado a volatilizar a água. A troca de palavras serve apenas para ganhar tempo antes da troca de pancadas, porque ninguém gosta de receber pancadas e toda a gente gosta de ganhar tempo.

Segundo a razão, há espécies que não deveriam nunca, na solidão, encontrar-se face a face. Mas o nosso território é demasiado pequeno, os homens demasiado numerosos, as incompatibilidades demasiado frequentes, as horas e os locais obscuros e desertos demasiado incontáveis para que haja ainda lugar para a razão (...)

Bernard-Marie Koltès

Pequeno aperitivo de Na Solidão dos Campos de Algodão, deste autor francês falecido em 1989 com HIV. O palco é a garagem subterrânea do Castelo do Queijo, no Porto. A companhia é o Teatro Plástico. O encenador é Francisco Alves. O espectador deverá ter carro e auto-rádio. A experiência fica.

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sexta-feira, março 10, 2006


Joseph Kosuth, Relógio (Um e Cinco), 1965

quinta-feira, março 09, 2006

O fim dos mapas

Abandonei completamente os manuscritos com o advento do PC. (Costumava escrever na cama, todo torcido, com pouca luz, e mudava de posição quando me vinham os formigueiros). Abandonei completamente essa prática. Agora é cadeira reclinável, de couro, com suporte para os braços e um manípulo que permite ajustar à melhor altura (só falta ser aquecida). E confesso que não sinto saudades do desconforto, mas sinto falta dos rabiscos. Das notas, das emendas, das longas frases cortadas e dos desenhos que fazia na margem do papel (não eram desenhos artísticos, entenda-se, era quando não sabia o que escrever). Agora tudo parece demasiado limpo. Obviamente que há notas na mesma, e rabiscos e correcções e longas frases cortadas; há formas que permanecem assim durante meses: "ele revia cuidadosamente [escrupulosamente] a carta que lhe tinham enviado [que lhe enviaram] de Angola [do País Basco]." Mas não é a mesma coisa, porque todas essas dúvidas e gorduras são depois apagadas. Não sobra rasto. Não se reconstitui o processo de formação de um texto, as suas vicissitudes e interrupções. As suas nuances e os momentos chave. Tudo aparece demasiado limpo, como se não tivesses havido esforço e irritação, como se aquilo não fosse o resultado de uma selecção, por vezes penosa, de elementos a acrescentar ou a extorquir. E para o autor do texto isso era um mapa - afectivo, mas também esclarecedor sobre os erros e as virtudes e a forma como foram olhados naquele momento.

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quarta-feira, março 08, 2006

Bons sentimentos

Nos últimos anos a academia premiou filmes que achei sensaborões (Titanic, O Paciente Inglês, Mentes Brilhantes), filmes curiosos (Beleza Americana, Chicago, Forrest Gump), filmes óbvios (Brave Heart, O Senhor dos Anéis) e aqueles filmes a que também daria um Óscar sem problemas (Million Dollar Baby, O Imperdoável, O Silêncio dos Inocentes). Em todos estes, porém, consigo reconhecer os argumentos que habitualmente distinguem o melhor filme (entre eles, a quantidade de dinheiro que foi gasto). Coisa que já não acontece com Crash, filme que achei banal e por isso me deixou surpreendido quando arrebatou o Óscar. Só encontro os "bons sentimentos" como explicação; méritos artísticos, nem vê-los.

Salva-se a estatueta conquistada por Philip Seymour Hoffman, actor que admiro desde Happiness, de Todd Solondz. O seu Capote é extraordinário, daquelas personagens que ficam (ao contrário do filme, que só fica porque a personagem ficou).

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segunda-feira, março 06, 2006

A origem das espécies

Num bar de Lisboa (o Kings & Queens?) vi uma vez uma mulher belíssima e comentei o aparato com um amigo. Disse ele: "Não estou muito convencido que seja uma 'mulher autêntica'. Mas se era um homem, isso foi há tanto tempo que já não importa".